sábado, 20 de junho de 2009

O que há por trás do ouvido biônico – Implante coclear

Qualquer criança pode ser indicada para implante coclear?
Dra. Regina Célia Bortoleto Amantini: Nos casos de implante, já são perdas bem acentuadas, são aqueles que não escutam praticamente nada, são as perdas de severa para profunda ou profunda dos dois lados, chamada binaurual.

A partir de que idade já pode fazer a operação para o implante coclear?
Dra. Amantini: A partir dos 6 meses. Aí que está a diferença dos critérios. Por exemplo, o Centrinho foi o primeiro no Brasil a fazer com 6 meses de idade. Porque ele tem uma experiência ampla em bebês, ele acabou restringindo nos pequenininhos. A USP de São Paulo tem uma experiência ampla nos maiores. Agora que ela começou a operar bebês. Os critérios vão mudando de acordo com os lugares. Todo programa que começa, ele começa operando só adulto, aquele que perdeu a audição depois de grande, porque ele fala, ele tem condição de relatar como está sendo a evolução do processo.

Casos para implante são apenas os graves?
Dra. Amantini: São para aqueles que não têm benefício com o aparelho, ou têm benefício limitado. Antigamente, quando o programa começou, em 1990 aqui no Brasil, a gente fazia só para aqueles que não tinham realmente resultado com o aparelho. O resultado com o aparelho era mínimo. Hoje, não. Se colocou o aparelho mais moderno, pensando em tecnologia, usou, fez reabilitação e não está tendo desenvolvimento dentro do normal, então é um caso que pode ser indicado para implante.

Qual é o procedimento para ser indicado para implante?
Dra. Amantini: O programa da USP de Bauru, por exemplo, faz em crianças até 2 anos e em adultos que adquiriram a perda, eles não nasceram com a perda, não é perda congênita. Já para crianças, são para as que nasceram com perda ou para aquelas que adquiriram a perda até 2 anos de idade. Aí tem avaliação psicológica, avaliação do serviço social e a ressonância magnética. Essa, na verdade, é o ponto final. Por que se na hora a tomografia mostrar que a cóclea está ossificada, não dá para fazer o implante, ele não tem indicação cirúrgica. A ressonância é praticamente definitiva perante os outros exames.

Quem decide qual paciente será implantado?
Junta-se tudo. Em reunião, é discutido se o caso tem indicação ou não, porque, às vezes, o paciente não dispõe de fonoaudióloga em sua cidade de origem. Aí você colocar um aparelho caríssimo, que tem uma demanda enorme, para alguém que não vai ter reabilitação. Ou alguma família que não é participativa. Você tenta avaliar com mais cuidado.

Quem opera é um médico ou um fonoaudiólogo?
Um médico. A fonoaudióloga faz a avaliação junto com o médico. O médico faz a parte otológica (estudo da patologia do ouvido) e a fono faz a parte audiológica (medição da audição). Na equipe que decide por implantar um paciente, estão presentes o otorrino, a fono, o serviço social e a psicologia.

Gostou do bate-papo? Então acompanhe a continuação da entrevista realizada por Lílian Guarnieri com a Profª Dra. Regina Célia Bortoleto Amantini.

Um comentário:

  1. Gostaria de ajudar a orientar outros pais, estou tendo a oportunidade e quero compartilhar: meu bebe tem 6 meses e vai operar bilateral dia 29 de janeiro... Juliana

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