domingo, 21 de junho de 2009

O que há por trás do ouvido biônico - Diagnóstico

Você pesquisa diagnóstico diferenciado. Quais são os métodos para diagnosticar a surdez?
Dra. Regina Célia Bortoleto Amantini: Há etiologia, ou seja, estudo das causas, por exemplo: a mãe teve rubéola no terceiro ou quarto mês de gravidez – então ela já tem uma suspeita; a mãe que teve toxoplasmose - então ela já fica alerta. Nos casos em que a mãe não teve nada e o filho apresenta deficiência auditiva dissemos que trata-se de etiologia desconhecida.

Existem casos em que a surdez não é percebida enquanto bebê?
Dra. Amantini: Sim. O bebê nasce e até balbucia, porque é esperado que ele chegue a balbuciar por um tempo, isso é normal, mesmo que ele seja surdo, ou deficiente auditivo. Existem muitos casos em que a mãe vai perceber que a criança não reage a estímulos sonoros após 7 ou 8 meses ou até mais. Contudo, hoje existem alguns programas nas maternidades que já fazem o teste da orelhinha; se o bebê falhou no teste da orelhinha, aí ele vai para o diagnóstico diferencial. Mas nem toda maternidade tem o teste da orelhinha e nem todos os pacientes voltam.

Quais exames diagnosticam a deficiência auditiva?
Dra. Amantini: No diagnóstico, chamado “teste ouro”, a gente vai fazer toda a parte de anamnese (questionário com informações de queixas e ou complementares), vai passar pelo otorrino para descartar qualquer problema, e daí para o diagnóstico audiológico, que conta com vário exames. Por esses exames a gente já tem o perfil do paciente. Nos casos com bebês, os exames indicam se eles têm uma perda ou não e qual o grau dessa perda. Nos adultos os exames permitem avaliar se a perda é leve, grave, severa, profunda.

Logo após o dignóstico da deficiência auditiva, qual o próximo passo?
Dra. Amantini: Se a perda for de severa para profunda ou profunda, independente da idade, a primeira coisa a se fazer é colocar o aparelho auditivo. Mesmo sabendo que é uma perda profundona, “ah mas ele já é um caso de ir pra implante coclear”, não, primeiro tem que esgotar os recursos tecnológicos disponíveis. Porque, às vezes, a criança tem um benefício com o aparelho, sendo desnecessário o implante. Então, coloca-se o aparelho auditivo, avalia-se por 1 ou 2 meses, junto com a reabilitação na cidade de origem dele. Quando ele retornar, com base nesse procedimento e na avaliação da percepção da fala, é que eu vou definir se ele é um caso para implante ou não.

Confira a continuação da entrevista realizada por Lílian Guarnieri com a Profª Dra. Regina Célia Bortoleto Amantini.

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